Na madrugada de segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que Nicolás Maduro foi reeleito para a presidência com 51,2% dos votos, enquanto seu principal rival, Edmundo González, obteve 44%.
Com 80% dos votos apurados, essa diferença representa aproximadamente 704 mil votos a favor de Maduro. No entanto, essa declaração provocou uma onda de ceticismo e protestos tanto dentro quanto fora da Venezuela, suscitando sérias dúvidas sobre a transparência e a integridade do processo eleitoral.
O CNE, órgão responsável pela apuração e divulgação dos resultados, é liderado por um aliado próximo de Maduro, o que levanta preocupações sobre a imparcialidade do órgão.
A falta de transparência é evidenciada pelo fato de que o site oficial do CNE saiu do ar na madrugada de segunda-feira, interrompendo a atualização dos dados e gerando especulações sobre possíveis manipulações na apuração.
Nicolás Maduro é declarado vencedor, mas a legitimidade do processo eleitoral é amplamente questionada
A oposição venezuelana, liderada por Edmundo González, denunciou uma série de irregularidades e contestou veementemente os números oficiais.
Segundo a oposição, os resultados apresentados pelo CNE são profundamente distorcidos, alegando que, na verdade, González teria obtido 70% dos votos, enquanto Maduro teria recebido apenas 30%. Essa discrepância dramática é corroborada por duas pesquisas de boca de urna divulgadas pela agência Reuters, que indicaram uma vitória expressiva de González.
A situação se complica ainda mais com o fato de que o ambiente eleitoral na Venezuela tem sido marcado por acusações de fraude e manipulação, desde a restrição do acesso de observadores internacionais até a repressão a partidos opositores. A comunidade internacional também expressou sua preocupação com o processo, com várias autoridades pedindo uma contagem de votos mais transparente e independente.
A falta de transparência na apuração dos votos, aliada às alegações de fraude e às dificuldades de acesso para observadores externos, cria um cenário onde a confiança no resultado oficial é severamente comprometida.
A demanda por uma investigação imparcial e por uma revisão detalhada dos votos continua a crescer, refletindo uma crescente inquietação sobre a verdadeira vontade do povo venezuelano.
Enquanto isso, a Venezuela enfrenta uma crise política e econômica profunda, e a controvérsia em torno das eleições apenas acirra as divisões internas e internacionais sobre a validade da administração de Maduro. A necessidade de um processo eleitoral justo e transparente é mais urgente do que nunca para restaurar a confiança pública e garantir a legitimidade das futuras eleições no país.