O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, morreu nesta quarta-feira (31), um ataque aéreo que, segundo o grupo palestino, foi perpetrado por Israel em Teerã.
Haniyeh, que estava na capital iraniana para a cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, foi atacado em sua residência. O Hamas descreveu o evento como um “traicioso ataque sionista” e declarou que Haniyeh morreu como um “mártir combatente” no caminho de Alá.
A Guarda Revolucionária do Irã também confirmou o ataque, que resultou na morte de um dos guarda-costas de Haniyeh. No entanto, até o momento, as autoridades israelenses não confirmaram qualquer envolvimento no ataque ou a morte de Haniyeh. A morte de Haniyeh representa um golpe significativo para o Hamas, que tem um histórico de confrontos e rivalidades no Oriente Médio.
Leia também: Maduro acusa Elon Musk de Ciberataque após eleição
O contexto político e as reações após a morte do líder do Hamas
Ismail Haniyeh, nascido em 1962 no campo de refugiados de Al Shati, na Faixa de Gaza, foi uma figura central no Hamas desde o início de sua trajetória. Ele liderou o Hamas durante a vitória nas eleições legislativas palestinas de 2006 e exerceu o papel de primeiro-ministro palestino antes de uma crise política que resultou na divisão entre o Hamas e o Fatah. Após a tomada do poder pelo Hamas na Faixa de Gaza, Haniyeh se tornou um dos principais líderes do grupo até 2017, quando foi substituído por Yahya Sinwar.
A notícia da morte de Haniyeh surge apenas algumas horas após Israel ter confirmado a morte de Fuad Shukr, chefe militar do Hezbollah libanês, em um ataque em retaliação à morte de 12 crianças na cidade de Majdal Shams. Esse ataque sublinha o ambiente de escalada de violência na região e as complexas relações entre os diferentes atores políticos e militantes.
Reação da comunidade internacional sobre a morte do líder do Hamas
A morte de Haniyeh gerou uma série de reações, incluindo uma condenação do líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que classificou o ataque como um “assassinato” perpetrado pela “ocupação”. Sami Abu Zahri, um oficial do Hamas, declarou que o “martírio” dos líderes do grupo não quebrará a vontade do movimento ou do povo palestino, destacando a resiliência da organização.
O ataque em Teerã e a morte do líder do Hamas colocam em evidência a intensificação das tensões no Oriente Médio e a complexidade das relações entre os diversos grupos e nações envolvidas. A resposta internacional ao ataque e as ações futuras do Hamas serão cruciais para a estabilidade e a dinâmica política da região.
A morte de Haniyeh marca um ponto de inflexão no conflito e destaca a necessidade urgente de diálogo e esforços de paz para evitar uma maior escalada de violência.